Tem muita gente.

Tem gente que olha espantada pra quem tem mais de trinta e
ainda não ostenta uma aliança dourada no dedo anelar da mão esquerda.
Como se o casamento
fosse um segundo batismo ou como se a pessoa trintona solteira fosse um ser
pagão entre vários cardeais, sacristãos, bispos e beatas de igreja.
Para quem tem mente pequena e língua grande, a fogueira da
Santa Inquisição moderna continua a queimar impiedosamente àqueles que são
contrários aos padrões estabelecidos zilhões de anos atrás.
Casamento é garantia de felicidade? Solteirice é sinônimo de
avacalhação? Quantos casados avacalham e quantos solteiros são felizes? Existem
vários, na certa você conhece alguém que se encaixa num dos exemplos citados.
Segundo as pesquisas recentes, o “prazo de validade” do
brasileiro atingiu os 74 anos. Trinta anos atrás, esse numero não passava de
62. Imagine então nos anos 50,60. Chegar aos quarentinha naquela época era
quase assinar o próprio atestado de óbito.
Logo, não causa muito espanto perceber certos “velhos” que nasceram na metade do século
passado cultivando uma mentalidade estagnada no tempo.
“Você tem que casar,
já está com 30!” e “O sujeito que chegou aos 40, ainda não casou e nem teve
filho tem algum problema” são frases típicas desses “velhos”.
Coloco velhos
entre aspas pois tem muita gente com setenta anos biológicos e mentalidade de
30. Assim como tem muito trintão com alma de 70.
O IBGE nunca descobriu a faixa etária da felicidade nem se
ela usa aliança.
Casamos com pensamento de que aquilo seria para sempre. Contudo, os ponteiros do “para sempre” podem
parar na metade do relógio.
Ok, paciência. Divorciados
não são ex-casados que foram amaldiçoados. De volta então ao mundo dos
solteiros. Tem gente que usa o cabide do divórcio para viver de festas do
cabide.
Sabedoria tem cheiro de sola de sapato gasta. E tem gente que prefere usar a sabedoria
adquirida na época do casamento para gastá-la nas próximas caminhadas
sentimentais.
Casamento não é feito futebol onde aos 30 o sujeito já está
em final de carreira. Casar não é um jogo com probabilidade de vitórias e
derrotas, empates.
Se não deu certo, não considere como derrota. Mesmo aos
30,40,50 anos.
Se está dando certo, não se acomode com a possível vitoria.
Mesmo com 30,40,50 anos de convivência.
1x0 é o pior resultado que existe para quem está na frente
do placar. O time se acomoda, relaxa, fica indiferente.
Casamento não tem prorrogação. Mas tem morte súbita. Um
vacilo pode colocar tudo a perder. E aí, no jogo da vida correr contra o relógio
é calçar as chuteiras pesadas do desespero.
Casamento é garantia? Solteirice é sinônimo? Tem gente que
olha espantada?
Ah, não ligue. Comentários esclerosados existem desde
sempre.
Aliás, faz tempo que o mundo está cheio de pessoas vazias.
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