Modelo da coleção H&M relata surpresa com campanha

Lembram
quando contei sobre a campanha da H&M com uma modelo que veste manequim 44?
A campanha gerou enorme visibilidade em vários países e Jennie Runk, a modelo
que estrelou a coleção, relata surpresa com sucesso da campanha e nos conta um
pouco de sua história no depoimento abaixo:
“Eu não tinha ideia de que a campanha
receberia tanta atenção. Eu sou do tipo quieto, que gosta de ler livros, jogar
videogames e ficar com meu gato.
Então, ser o centro das atenções
assim de repente foi uma surpresa estranha no início. Eu achei estranho que as
pessoas fizessem tanto barulho sobre como meu corpo fica em um biquíni, já que
eu normalmente não penso muito nisso.
Algumas delas até me disseram que
minha confiança as havia inspirado a vestir um biquíni pela primeira vez em
vários anos. Este é exatamente o tipo de coisa que eu sempre quis conseguir, de
mostrar para as mulheres que dá para ser autoconfiante mesmo se você não se
encaixa na noção popular de 'perfeita'.
Essa mensagem é especialmente
importante para as meninas adolescentes. Ser uma adolescente é incrivelmente
difícil. Elas precisam de toda a ajuda e do apoio que elas possam ter.
Quando nossos corpos mudam e
todos nós começamos a parecer totalmente diferente, nós simultaneamente
começamos a sentir a pressão para parecermos exatamente iguais. Este é um
objetivo impossível de alcançar, e eu gostaria de ter sabido disso quando eu
tinha 13 anos.
Com 1,75 metro e
manequim 8 nos Estados Unidos (equivalente a tamanho 36 para calças e 40 para
blusas no Brasil), eu invejava as garotas cujos
namorados conseguiam levantá-las e carregá-las nos ombros.
As aulas de ginástica eram um
pesadelo. Enquanto as meninas magras usavam shorts, eu usava calças de moletom
porque minhas coxas eram do tamanho das cinturas delas. E aquelas calças eram
embaraçosamente curtas, porque eu era mais alta do que a média da mulher
adulta, mas ainda comprava roupas em uma loja para pré-adolescentes.
Eu também tinha cabelos grossos e
crespos que apenas chamavam mais atenção para mim, que se escondia atrás dos
meus aparelhos para os dentes e meus óculos de armação bege. Para completar
isso tudo, eu sempre fui desajeitada, então dizer que minha adolescência foi
estranha é pouco.
Mas tendo sobrevivido a isso, eu
me sinto forçada a mostrar às garotas que estão passando pelas mesmas coisas
que é aceitável ser diferente. Você pode deixar essa estranheza para trás de
forma fabulosa.
Apenas se concentre em ser a
melhor versão possível de si mesma e deixe de se preocupar com o tamanho de
suas coxas, porque não há nada de errado com elas.
Afinal, eu nunca pensei em mim
mesma como possível modelo, mas aí fui descoberta trabalhando numa pet shop,
mesmo usando meus moletons curtos demais.
Eles me deram a opção de perder
peso e tentar me manter com manequim 4 (blusas tamanho 36 no Brasil) ou ganhar
um pouco, para ficar com manequim dez (blusa 44 no Brasil) e começar uma
carreira como modelo plus-size. Eu sabia que meu corpo não tinha sido feito
para ser tamanho quatro, então escolhi a segunda opção.
As pessoas assumem que o 'plus'
significa gordura, e que isso por sua vez é igual a feiura. Isso é
completamente absurdo, porque muitas mulheres que são consideradas plus-size
estão na verdade na média da mulher americana.
Eu não posso argumentar que
alguns estilos caem melhor em um tamanho que em outro.
Apesar de a ideia de separar
mulheres em categorias de tamanho parecer criar um estigma, as fabricantes de
roupas fazem isso para oferecer aos seus consumidores exatamente o que eles
estão procurando, tornando mais fácil para as pessoas de todos os tamanhos
encontrar roupas que sirvam bem tanto em seus corpos quanto para seu estilo
único de expressão estilística.
O único problema são as
conotações negativas que permanecem teimosamente ligadas ao termo plus-size. Não
deveria haver nada negativo sobre ter o mesmo tamanho que a mulher americana
média, ou mesmo ser um pouco maior.
Também há conotações negativas
associadas com a magreza. Assim como as mulheres mais cheinhas são chamadas de
gordas ou fofinhas, as magras são chamadas de vara-paus ou ossudas.
Não há necessidade de glamourisar
um tipo de corpo e criticar outro. Precisamos parar com esse ódio absurdo em
relação a corpos de tamanhos diferentes. Isso não ajuda ninguém e está ficando
ultrapassado.”
Fonte:
G1
Gostei bastante do depoimento dela, principalmente o último parágrafo! E vocês, o que acharam?
Gostei bastante do depoimento dela, principalmente o último parágrafo! E vocês, o que acharam?
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