O tal do desapego...

Eu falava com alguns amigos sobre desapego. Esse negócio de doar roupas
que não são usadas há mais de um certo tempo ou queimar cartas antigas.
Enfim, aplicar na prática aquele chavão de auto-ajuda sobre eliminar o
que não serve mais para que as coisas boas possam entrar.
Isso fica
muito mais complexo no que diz respeito a sentimentos. Desapegar-se de
situações emocionais destruídas, abandonar mágoas carregadas por anos
como uma bagagem extremamente pesada e desajeitada, parar de tentar
consertar o relacionamento quebrado, estes sim, verdadeiros desafios. O
tal do deixar ir...
Eu olho em volta e vejo pessoas que saem de uma
situação pra outra com naturalidade. Pessoas que encerram seus
capítulos, fecham seus livros e fazem daquela história apenas isso: algo
a ser recordado.
Outras, categoria na qual eu infelizmente me incluo,
passam pelas situações e deixam pedaços grandes de si pra trás. E trazem
souvenires enormes, caros e inúteis na bagagem.
Pra mim, nada mais
doloroso do que finais. Eu posso estar totalmente desligada da situação,
da coisa ou da pessoa, mas é só me dizerem que não posso mais ter
aquilo, e a ansiedade sobe a níveis altíssimos e eu quero me apegar,
manter a qualquer preço. Injusto e nada saudável.
Hoje sei, porém,
que não posso ser livre se estou ancorada em velhos padrões, velhas
relações, velhos hábitos. E liberdade ainda é algo que eu desejo mais do
que qualquer outra coisa. Apreciar minha companhia, olhar pra dentro de
mim e ver que sou uma pessoa completa e que qualquer vivência que eu
tenha vai ser por amor, por alegria, por vontade... Nunca por medo,
posse ou obrigação.
Desse jeito a vida não te quebra. E sem esse monte
de malas, a gente pode caminhar mais livremente e com mais segurança.
Eu
estou rompendo e encerrando tudo e o que quer que seja que me doa.
Oficialmente, cortando as amarras. Já derramei lágrimas por uma vida
pelos mesmos e tediosos motivos. Agora eu quero o novo, agarrar as boas
oportunidades que surgirem sem dó. Algumas perdas vão machucar mais que
outras. Mas no final,nada fará falta. O que for mantido, será clássico,
atemporal, pra vida toda. Amado e bem vindo como uma boa música velha.
PS: Esse texto foi escrito há anos atrás e funcionou tão bem, que não tinha como não ser compartilhado...
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Somos Marcella Rosa e Marina Sena, parceiras no blog, na luta e na vontade de mudar - nem que seja um pouquinho - o mundo. O Maggníficas é um pouco de nós, porque aqui tem moda democrática, empoderamento feminino e amor próprio. Nosso foco é a sororidade e a vivência plena de todos os corpos, porque acreditamos que somos todas maggníficas e que todo mundo pode tudo!
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Olha que bacana Carol...neste final de ano estou me desapegando de tudo que sobra, enche, incomoda...
ResponderExcluirSejam de coisas ou sejam de pessoas...quero seguir para 2013 mais leve de corpo e de alma, para aproveitar ainda mais cada minutinho que virá :)
Beijinho e saudades!